Third Sector

Espaço onde apresento informações relativas aos temas do terceiro setor. Os temas preferidos são elaboração de projetos sociais, elaboração de propostas para levantamento de recursos para projetos sociais, gestão de organizações sem fins lucrativos, ferramentas computacionais para uso nas atividades do terceiro setor, projetos de conservação de energia para ajudar as organizações do terceiro setor a fazerem economia a partir da redução do consumo de energia.

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Engenheiro eletrônico aposentado. Trabalhei por mais de três décadas em uma empresa federal de geração de energia elétrica, onde comecei como estagiário e, posteriormente, desempenhei as funções de engenheiro de telecomunicações, gerente de conservação de energia e superintendente de negócios de telecomunicações. Atualmente me dedico à pesquisa genealógica.

Tuesday, October 26, 2004

Marketing Social e Neoliberalismo

O desenvolvimento social como desenvolvimento humano, expressão da hegemonia do Banco Mundial no campo das políticas sociais e do enfrentamento da pobreza, foi sintetizado com os ingredientes do receituário neoliberal produzido no Consenso de Washington. Ele é conceituado como um processo de ampliação das escolhas pessoais (Mota, 2001), que atribui ao pobre a capacidade de se erguer sozinho e de poder protagonizar a superação da sua pobreza.

Esse conceito vem sendo sedimentado, em grande medida, pelas estratégias dos planos de comunicação e marketing das ONGs, que evidenciam os seus êxitos para conseguir fundos e difundem, ainda, a idéia de que são mais eficientes que o Estado. O resultado é que as ONGs se tornaram vítimas do seu próprio êxito mediático.

O Estado deixou de reconhecer que os déficits que os pobres enfrentam são reais, e com base nesta negligência mental desmontou os sistemas de proteção que os serviam. Além disso, possibilitou que o Estado aproveitasse a ocasião para sair de cena pela porta dos fundos, enquanto ninguém estava olhando e, às vezes, nem sequer chegou a entrar em cena.

Se deixássemos de afirmar que os pobres podem seguir adiante sozinhos, deixaríamos de legitimar o Estado quando ele se evade das suas responsabilidades. O discurso correto deveria ser: os pobres não são viáveis, e é ao Estado que cabe garantir a sua sobrevivência, e se o Estado não tem recursos suficientes, os ricos do Sul devem pagar a sua cota correspondente, sem deixar de denunciar a ordem econômica internacional.

As ONGs alardeiam os seus êxitos, defendem o protagonismo dos pobres na superação da sua condição de pobreza, e ainda se apresentam como mais eficientes que o Estado. Este se aproveita da solicitude e tira o time de campo. E aí as ONGs vêm reivindicar sustentabilidade... (Cortes,2001).

Referências: Mota et al., Globalização, identidade brasileira e a questão social, Brasília: SESI – DN, 2001; Cortes, G. P., Envio Digital, Revista Mensual de Análisis de Nicaragua y Centroamérica, Número 234, Septiembre 2001, Universidad Centroamericana – UCA, http://www.envio.org.ni/articulo.php?id=1105

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Venho acompanhando há muito sua contribuição ou grupo do terceiro setor, já fiz muitos downlouds se sites colocados no seu blog. Realmente posso dizer que você faz a diferença neste grupo. Concordo plenamente com o que foi exposto no artigo, a lógica de mercado há muito vem se aproximando do terceiro setor. E as organizações que dele fazem parte acabam por aceitar serem envolvidas pelo interesse de mercado. Coloco isso em minha dissertação de mestrado, a lógica perversa de organizações que usam causa sociais somente com o intuito de se promoverem, sai muito mais barato..se dá retorno ...não estou muito certo. Só gostaria de tecer um comentário, e espero que você não fique chateado... o mercado costuma usar o termo marketing social para marketing de causas sociais, isso faz uma diferença enorme, já que marketing social é definido como estratégia para mudar o comportamento público: campanha contra o fumo, cancer de mama, contra a AIDS, dentre outras. Caso queira trocar informações meu e-mail é edbenaz@yahoo.com.br.

Um grande abraço,

Edinelson Azevedo.

March 02, 2006 3:42 PM  

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